domingo, 18 de janeiro de 2015

POEMA AO CRIADOR


Há 21 eternidades passadas, a essência da pureza e do Ser, inocente da existência da maldade, deixou o tudo para o nada.
Por si ser partiu e, nos eflúvios do encantamento, nem se notou aos poucos corrompida, deixando indiferentemente esquecida, a Voz de toda voz, o Âmago da Vida.
A Sabedoria que avisava e prevenia, aos poucos foi deixando de ecoar a essência pura, que nas paragens virgens do regresso envolvida, tornou-se surda à VIDA, à virtude e a si mesma.
A Voz Paterna, criadora, fecunda da VERDADE, a Supremacia do Ser, o RACIONAL, o ABSOLUTO, foi olvidado por sua parte filial. De escolha livre e espontaneamente, essa infante parte deformou-se, degenerou-se, transformando-se num oposto de SER, no verso do espelho onde habita a VIDA.
Trocou a consciência do belo, do natural e do puro, pela consciência negativa de tudo aquilo que não é. Depois, numa consequência lógica do que fez e semeou, sentiu-se só, perdida, sem saber o porquê do seu “eu”, por ser agora diluída em infinidade de seres sem unidade, sem igualdade, sem sabedoria, reprodutora de si mesma. Passou à condição aberrante de pai, mãe, filha e irmã. Mas, um pai que não gera, uma mãe que não ensina, uma filha que não afaga e uma irmã que recrimina.
E nessas 21 eternidades, quanta multiplicação! Cada qual uma separação, cada separação uma desagregação do todo filial, que se tornou muitos filhos, filhos do nada, órfãos do Grande Pai, por escolha e opção.
Porém, muito longe, muito alto, muito acima, onde o esplendor é tudo, sem intermitências, ficou o Pai-Luz, VIDA das vidas, assistindo, imperturbável e pacientemente, o festival descontrolado dos infantes animais.
E por força de sua Energia Criadora e Imutável, pura, limpa, perfeita e sem defeitos, tudo que fez e faz jamais se apaga. E por mais que qualquer parte desvirtue do seu Ser, a ELE retorna infalivelmente, por imposição natural da única natureza, à vida Racional, a vida eternamente.
A Sabedoria Única e Verdadeira sabe aguardar o instante exato de cada Ser. E um dia, chegou o dia, o brilhante dia da glória de recuperação das centelhas desgarradas para o estado natural de consolidação filial.
E o Sábio desceu da Luz à escuridão para acender a consciência positiva nos frutos amadurecidos da semeadura ingênua e consequente causa do medo e da dor.
E, assim, ficou escrito:
“PALAVRA DE REI NÃO VOLTA ATRÁS!”
Tudo que diz, tudo que faz, mesmo temporariamente desfeito, retorna um dia às origens de suas falas sagradas. Porque o Rei é um Pai.
Pai que cria.
Pai por que ensina.
Pai que recupera.
Provando e comprovando com atitudes de incontestável amor, que ELE realmente é o CRIADOR!
Louvada seja a LUZ DA DIVINA PROVIDÊNCIA na Terra!

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