sábado, 19 de março de 2011

NEM TUDO QUE RELUZ É OURO


Este velho ditado pode ser o mais importante argumento para entendermos a vida da matéria.
Nem tudo que reluz é ouro! Isto é o mesmo que dizer que aparências não são verdades.

As aparências se confundem muito com o natural e aí é que residem as confusões. A Natureza tem seus meios e métodos próprios de gerar, de criar e de transformar. São os mecanismos naturais de evolução e transformação de tudo que é feito pela Natureza. O ser humano, por ser feito pela Natureza com a livre expansão da vontade e do livre pensamento, conseguiu a partir de sua evolução natural, avançar contra a Natureza, cometendo abusos onde não eram necessários. Foi assim que foram criados os artifícios pela mente humana.
É como um filho que, depois de ser criado e educado pela sua mãe, dentro das regras normais, este filho expande o seu saber além do necessário, tornando-se um filho perverso contra sua própria mãe. Tudo isso, motivado pelas aparências, gerando ganâncias mal refletidas.

A Natureza nos deu o senso da liberdade, mas ninguém ainda está livre – é só uma aparência de liberdade. Todos dependem de tudo e de todos para viver e, principalmente, da mãe Natureza para tudo, para tudo mesmo, inclusive para cometer alguns abusos. Nenhuma liberdade, não é mesmo? Dessa forma, tem o artifício natural que é necessário e tem o artifício desnecessário. O desnecessário é contra o artifício necessário. E assim, viver contra a Natureza é viver contra si mesmo.
O senso de liberdade que nos foi conferido pela Natureza parece com liberdade, mas não é! Este senso de liberdade apenas confere ao ser humano a capacidade de cometer abusos, numa evidente comprovação de que, se este mundo existe da forma que existe, é por conseqüência dos abusos de quem nele vive. O mundo é conseqüência de seus próprios habitantes.

Esta é a realidade da vida! Os abusos é que dão conseqüência aos maus resultados. O mundo está ruim? A vida está péssima? A Natureza está revoltada? Tudo isso é conseqüência dos abusos, por que todos vivem confundindo aparências com verdades, confundindo aparências com a realidade.
O pensamento, por exemplo, parece que nasce de si mesmo, mas não é verdade. O pensamento vem de fonte externa; o cérebro serve apenas de mecanismo de processamento das informações que o pensamento transmite para todos. O pensamento vem da Natureza, do meio ambiente.
E isso é muito fácil de comprovar. Sinta que os seus pensamentos se modificam conforme você está sozinho ou acompanhado, num dia de chuva ou num dia de sol, num dia quente ou num dia frio, etc.; os pensamentos se modificam sem que a gente possa controlar. Agora, o que sentimos no íntimo é a manifestação da índole de nossa origem, é a índole do verdadeiro ser que serve de juízo de valor das informações recebidas e dos atos a praticar. Índole de Racional.

Em razão desta índole é que o pensamento tinha que ser livre. A liberdade é uma razão superior, tanto para o Racional como para o livre pensador. Vejamos uma ilustração, a este respeito, comparando os sexos opostos nas classes do animal racional e do animal irracional. O sexo é o pensamento natural da origem, porque tudo que existe é de origem sexual neste mundo. Tudo é gerado pelo elétrico e magnético, o sexo masculino e o sexo feminino. Goma e Resina, Adão e Eva, como queiram – tudo se resume nestes dois princípios da formação do universo.
No animal irracional o pensamento sexo acontece dentro do natural, dentro dos limites: períodos e épocas certas de acasalamento, parceiros adequados, sempre na finalidade da manutenção da espécie, mas, assim mesmo, algumas espécies do irracional já cometem alguns abusos.
Já no animal racional o pensamento sexo, para a preservação da espécie, tornou-se um aspecto secundário; e para o prazer carnal assumiu um papel prioritário bastante variado em razão de fatores psicossociais criados pelo livre pensamento, gerando gostos e vontades fora dos limites, ou seja, tesão desnecessária.

Daí o pensamento sexo na classe do animal racional ser tão diversificado e, consequentemente tão problemático, em razão dos abusos e suas conseqüências. Quantos crimes e quantas mortes aconteceram e acontecem em razão deste pensamento sexual fora do limite? Ciúmes, possessividade, um querendo ser dono do outro, etc. Tudo isso existe em razão do pensamento livre sobre o sexo e sobre as coisas da vida.
Perceba, agora, um pouco da psicologia do Racional Superior, como que Ele trata deste assunto, quando fala a respeito da vida ser constituída de um nada, ou seja, a vida ser constituída de uma gota de líquido conhecida como sêmen.

(H-14 p-106) Sim, o que é o sêmen? Um líquido que ninguém dá importância e por isso abusam demais da Natureza, porque não dão importância ao sêmen. Se tornando até um vício, como se fosse natural, sem ser. Abuso dos fracos, da vontade e do livre arbítrio. Então, o que é o sêmen? Nada, e desse nada forma-se esse tudo aparente.

Percebam que foi apresentada uma qualificação do sêmen como sendo um nada que se transforma em um tudo aparente. E Ele ainda pergunta: “Então, esse insignificante líquido é consciente”? E Ele mesmo responde: “Se fossem conscientes, não seriam extravagantes da forma que são, dos abusos do sentimentalismo, por considerar o sêmen uma coisa sem valor. Um líquido sem valor que se transforma em uma vida sem valor, por ser de matéria”. Nesta questão do valor, alguns podem ter notado uma aparente contradição entre o nada e o valor do nada. Aí reside um juízo de aparências que engana muita gente – o nada e o valor do nada. O valor do nada é nada, porém, tem o nada que é necessário e por isso não se pode jogar fora. O sêmen é um nada que se transforma num tudo aparente. E, por isso, este nada é necessário; se é necessário, não se joga fora.

A vida é cheia de coisas sem valor, porém tem coisas necessárias. É como dizia um senhor traído pelas aparências, referindo-se à sua companheira: -“Você não vale nada, mas eu gosto de você”.
Gostar de alguém que não vale nada, somente, por necessidade. Então, não se joga fora o que é necessário, mesmo que não tenha um valor real.
De modo semelhante, podemos encarar todas as demais coisas nesta vida. Tudo é aparente, em tudo se vive de aparências, inclusive em nossos pensamentos. E o tudo aparente não vale nada, porém é preciso ver o que é necessário; e o que é necessário não se joga fora.

Logo, a vida Racional baseia-se no necessário.
(R-17 p-65) “O necessário é aquilo que é preciso para manter a vida. O que excede do necessário, passou dos limites e passando dos limites, aí pena que faz pena. E se acaba antes do tempo, vítima do desnecessário. Quem vive dentro do íntimo com o necessário, vive com amor e vive em paz. Quem sai fora do necessário, sai fora do limite da vida e saindo fora do limite da vida adquire o inferno”.

Podemos resumir dizendo que nesta vida material, tudo e todos são aparentes e vivem de aparências e que não há como se libertar delas, pois devemos considerar que existe a parte necessária para um equilíbrio aparente, que por sua vez, este equilíbrio aparente tem grande necessidade.
Passou do necessário, passou dos limites, caiu no abismo. E aí vêm as conseqüências das alegrias fora dos limites que são justamente as tragédias pessoais, as tragédias sociais e as tragédias na Natureza. Tudo isso causado pelas alegrias fora dos limites, como a alegria de um doce carnaval.

Assim, verificamos que a nossa índole verdadeira, conferida pela nossa verdadeira origem de Racional, foi mantida pela Natureza dentro das aparências, em que tudo provém do nada e tudo volta ao nada, onde tudo provém do líquido e tudo volta ao líquido.
É esta índole natural ou original de ser humano que nos permite avaliar o que é necessário. Os pensamentos chegam em nossas mentes, aparentemente, nos induzindo a cometer excessos e abusos – o pensamento dos gostos e das vontades; porém, nossa índole Racional tem condições de avaliar o que é necessário e o que não é necessário, porque quando cometemos qualquer tipo de abuso, sentimos, em seguida, o sofrimento, a dor e o arrependimento das más reflexões.

Aparências não são verdades! Esta afirmativa é que move o ser humano ao entendimento de si mesmo pelo desencanto universal, justamente através desta índole original que nos identifica perante Deus e perante a Natureza. É a nossa índole (ou identidade) que revela o quanto estamos devendo à Natureza ou o quanto já conquistamos em sabedoria pessoal e em benfeitorias para todos.
Esta índole é o Raciocínio Racional que se desenvolve pelo fator natural das mudanças naturais da Natureza e se desenvolve, muito rapidamente, pela ligação direta ao conhecimento da Cultura Racional, lendo e relendo o livro Universo em Desencanto.

(Colaboração do Prof. Porfírio J. Neves)

2 comentários:

Free Stayle disse...

O site seria ótimoooooooooooo ...sem essa musica!HAUSHAHSHA TO RASHANDOOO

Anônimo disse...

Escreveu, escreveu, escreveu e não disse coisa com coisa! Aff...