terça-feira, 19 de junho de 2012

NÃO APRESSEMOS AS ÁGUAS DOS RIOS

Respeitar a vida como ela se apresenta, eis uma questão tão simples e, ao mesmo tempo, tão difícil de ser assimilada e incorporada ao nosso complicado cotidiano! Se nós humanos fôssemos tão simples como as águas de um rio, todos nós já teríamos, há muito, alcançado todos os nossos objetivos, como um rio que, calmamente, naturalmente, sem planos nem projetos, alcança lentamente as águas do mar.
Mas, acumulamos em nosso curso de vida, tantas ilusões, tantas fantasias, tantas paixões, tantas esperanças... O rio nada espera, tem em si a certeza de desaguar no mar.
Embriagados por tudo que queremos que seja, sem que esse tudo corresponda à realidade determinada pela natureza (que nossa vida traçou), vamos amontoando sonhos de imaginações inconscientes, criando lixos monstruosos no curso de nossas vidas, que vão desvirtuando-as do rumo certo e sem sofrimentos: aquele que nossa mãe natureza traçou.
Como é triste não se conhecer! Quem não se conhece, não conhece a vida! Quem não conhece a vida, não pode mesmo, saber bem viver! A pressa é inimiga da perfeição!
Apressados em encontrar a paz, o amor, a fraternidade, criamos métodos artificiais, na ilusão de se evitar os sofrimentos naturais, que não entorpecem, para trocá-los por sofrimentos insuportáveis advindos do desrespeito aquilo tudo que tem que ser, por ter sido determinado pela soberana natureza.
O apressado come cru!
E o cru é indigesto e, às vezes, fatal!
Olhemos para as nossas vidas como elas estão! O mundo se tornou uma casa de loucos, de tal forma, que num mundo como este, quem é normal é considerado um louco.
A paciência, a prudência, a diplomacia, o bem fazer, a persistência, a tolerância, a simplicidade, a obediência, a calma tornaram-se matérias-primas raras! E quem as tem, que as conserve bem protegidas – chegará o tempo de serem as ações mais altamente valorizadas na bolsa de valores da vida, quando, então, os valores materiais, sob efeito dominó, cairão por terra sem valor algum, deixando seus portadores na mais absoluta miséria perante a vida maior, que é a natureza.
O tempo mostrará o direito e a razão.
E quem o consumiu acumulando os frutos da ilusão, da fantasia e da paixão, reconhecerá, tarde demais, que viver é aceitar com gratidão as determinações da força maior, que é a natureza.
E a todos aqueles que, com abnegação e amor, persistiram, muitas vezes sob gracejos e deboches, em se limitar ao simples curso natural de suas vidas, em sintonia com as leis naturais, viverão plenos de júbilos e glórias, recolhendo as pérolas do chão que, graciosamente, distribuíram aos porcos.
O mal da vida está na própria vida que não reconhece a vida, porque prefere a morte.
E o que é a morte?
É tudo aquilo que vai contra as leis naturais da vida. E quais são as leis naturais da vida?
São as leis que congregam o conhecimento natural da natureza, a cultura da natureza, a CULTURA RACIONAL, que mantém todo o universo em que vivemos e todos os seus pertences há 21 eternidades.
A cultura única que deixamos de cultuar, há longos tempos perdidos, por nos deixarmos levar pela paixão material, que nos fez adormecer na ilusão de que poderíamos apressar o curso de nossas vidas, esquecendo-nos de que não se deve apressar o fluxo natural das águas de um rio.
E onde encontrar essa cultura natural?
Nos Livros Universo em Desencanto.

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