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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
O CORPO DE MATÉRIA É UMA MÁQUINA DE VIDA
(Prof. Porfirio J. Neves)
Uma das especialidades que estão relatadas no livro Universo em Desencanto é nos fazer compreender este corpo de matéria nas suas essências, na sua construção e funcionamento e principalmente na finalidade de existir um corpo desta forma.
Digo especialidade porque o Racional Superior dá uma atenção especial a este aspecto da nossa existência que é o corpo de matéria.
Quanto à origem e finalidade, quando iniciamos a leitura Racional do livro, percebemos uma forte e incisiva atenção ao valor da matéria, que é nada. O valor da matéria é nada porque a matéria surgiu do nada e por isso o valor da matéria é nada. E assim, tudo que é de matéria termina em nada.
Não adianta nada querer se basear na matéria, pois ela já nasce com sua sentença de extermínio. Isto é uma sabatina diária para o nosso aprimoramento cultural, com o justo propósito de valorização das coisas eternas em detrimento das coisas transitórias. Primeiro em cima, depois o necessário em baixo. Essencialmente, o necessário, para quem deseja ter uma vida equilibrada relativa às suas possibilidades naturais.
Porém, existe um valor transitório pelo qual toda a humanidade ainda está passando, que é o zelo que se deve ter com este nosso corpo de matéria, porque mesmo sendo emprestado e provisório, é o melhor que temos, no momento. E todo o respeito à vida é pouco para quem quer se conhecer e se desenvolver no rumo certo da verdadeira humanidade.
Agora, vejamos: para quem habitava num mundo de pureza, limpeza e perfeição, na eternidade, com um corpo eterno de energia de massa cósmica pura, limpa e perfeita, este corpo de matéria, provisório e transitório, é no mínimo de um ridículo sem par.
Mas compreendam, mais uma vez, o corpo não é a vida, o corpo é para manifestar a vida! E por isso o corpo de matéria se acaba, mas a vida não! A vida continua. O corpo acaba por ser de matéria, mas a vida continua.
É como se lê no primeiro volume do Universo em Desencanto: “Sentem o perfume, que é o fluido, mas não vêem o fluido do perfume. O cheiro é a conseqüência do perfume. Vêem o perfume, mas o cheiro não e de tudo enfim.”
Perceberam que a palavra perfume foi empregada com dois sentidos? O perfume que é o fluido ou cheiro, e que ninguém vê, e o perfume que todos vêem que é o corpo do perfume.
Assim é que o Racional Superior começa a chamar a nossa atenção para a essência do corpo de matéria que é a parte fluídica do nosso corpo como é o cheiro de um bom perfume. No corpo do perfume, que você vê, está a essência do perfume, ou cheiro, que ninguém vê, mas sente.
Muitos julgam que esta essência do corpo seja um espírito que está encarnado. Não é espírito, é a essência do corpo. Alguém diz que o cheiro está encarnado no perfume? Certamente que não! O cheiro é a essência do perfume, e assim é tudo. Tudo tem a sua parte fluídica.
Desta forma, passamos a ver o corpo de matéria como sendo simplesmente uma máquina de vida ou, um mecanismo provisório onde a vida se manifesta. Notem que a essência de um perfume veio de outro corpo. E assim é a vida, vai mudando de corpo, mas é sempre a mesma.
Podemos comparar o corpo de matéria com um carro onde o motorista representa a vida, pois sem motorista o carro não anda. O carro é provisório e, por isso, o motorista troca de carro quando a máquina acaba. O corpo acaba, mas a vida continua. O carro acaba, mas o motorista continua.
Aquilo que chamávamos de morte, portanto, nada mais é que um carro que ficou gasto pelo tempo de uso e que o motorista vai passar a usar outro carro.
Naturalmente, quando a vida troca de um corpo de matéria para outro corpo não é tão simples assim como trocar de carro, mas vale a comparação, para nos certificar que não existe morte e que muito menos existe essa coisa de espírito encarnando e desencarnando no corpo de ninguém. Espírito é outro corpo de vida! É outra categoria de vida, com a sua respectiva essência, porque assim é tudo.
O motorista troca de carro; o carro vai para a sucata; porém, as multas quem paga é o motorista. Assim é a essência do nosso corpo: o corpo se acaba, pelas transformações, mas as dívidas permanecem nesta essência, que é a vida, ou o motorista do carro.
Nas próximas viagens, ou nos próximos corpos, esta essência será ou não modificada, conforme as experiências que serão vividas, boas ou más. É como um motorista que vai ficando cheio de multas que chega uma hora não consegue mais pagar e só tem um remédio: é parar de cometer infrações ou perder o carro e ter de andar de bicicleta.
Assim é a vida: cheia de aprendizados conforme vamos dirigindo “este carro” pela estrada. O motorista que não faz a manutenção do carro e ainda por cima anda na estrada incerta nunca chega ao destino de forma natural. Sofre um acidente na estrada e acaba chegando ao destino dentro de um rabecão. O carro dele pifou aí vem o outro carro para levar esse motorista: o rabecão. Assim como um motorista muda de carro, a vida muda de corpo, por estar deformada. Uns fazem isso da forma mais trágica, outros fazem isso de uma forma bem simples e natural.
Reparem bem que andar na estrada depende das duas coisas: do motorista e do carro, ou da manutenção do carro. Depende da vida e das condições do corpo de matéria.
O carro pode estar bom, mas, se o motorista está bêbado, a coisa não anda certo.
O motorista bêbado corresponde a que a essência do corpo, que é a vida, está inebriada, está iludida, está encantada, está sonhando. É por isso que advertimos a todos: viver encantado, sem se conhecer, é pior que motorista bêbado dirigindo na estrada, andando na contra mão.
Em outra situação, o motorista está sóbrio, tem boa experiência é bem comportado, porém, por um descuido não fez a manutenção adequada no carro e acaba sofrendo acidente também. Lá vai o motorista pegar o rabecão.
A situação ideal, a melhor forma de viver, certamente é quando o motorista e o carro estão dentro dos conformes e aí tudo dá certo, naturalmente. Este sonho nos é permitido, porque é positivo!
Quando a gente vê um carro andando torto na estrada, podemos avaliar que um ou outro, ou o carro ou o motorista, não estão bem. Se os dois estiverem ruim aí sai de perto!
Assim é olhar para as pessoas. O comportamento do veiculo na estrada pode revelar como é a vida que está nesse veiculo. Mas aí entram as aparências e aparências não são verdades.
A grande maioria da humanidade, assim como a grande maioria dos carros, não vive colidindo. As colisões representam um número muito pequeno, convenhamos. Mas, tudo isso é aparência, tudo isso é transitório. Muitos motoristas fazem suas barbeiragens e nada lhes acontece, aparentemente. É a maioria das situações na nossa vida; são as imprudências que todos nós cometemos no dia a dia e que servem, quando o motorista está bem intencionado na estrada da vida, para nos realimentar o bom procedimento. É assim que vamos evoluindo e nos acertando. E quando assim não funciona aí vem o puxão de orelhas – um acidente grave e lá vai o motorista pegar o rabecão.
O rabecão é o carro que leva o motorista na última viagem, mas a vida continua. Para quem entende do assunto, rabecão também pode ser visto como sendo o sistema de cobranças feito pela Natureza para cobrar as dívidas de cada um.
Pelo que podemos perceber hoje, com a cultura do terceiro milênio, a Cultura Racional, a vida acompanha o desmanche desta máquina e continua para organizar uma nova máquina mais aprimorada, se possível, como se fosse um novo modelo de carro mais avançado.
Este é o real sentido das transformações dos corpos de vida. O corpo sofre desgastes e por isso vai para o desmanche quando não pode mais continuar levando o motorista que é a vida. E aí vêm as renovações.
Chamamos isso de morte, mas não é morte. O carro vai para o ferro velho, mas o motorista não! A vida, que é o motorista do carro, fica “acompanhando” o desmanche e a renovação desse carro. Acompanhando o desmanche é no sentido das relações de causa e efeito, da vinculação causal. Este “acompanhando” não se refere a esta consciência aparente que pensamos ter.
Aí entra o conceito importante das dívidas adquiridas ou dívidas pagas, igual às multas adquiridas pelo motorista. As multas são aplicadas no carro, mas quem paga é o motorista.
Se ele adquiriu muitas dívidas, quer dizer, está cheio de multas, vai sobrar poucos recursos para a reforma do carro e aí vai nascer em outro corpo meio que deficitário e na nova vida vem em classe inferior, conforme as dívidas adquiridas.
Essa é a lógica da vida. Motorista que comete muitas infrações acaba tendo menos condições de manter o carro por causa das multas e vai ficando cada vez mais impossibilitado de viver em harmonia, porque vai ficando com menos recursos e cada vez mais difícil de recuperar.
Porém, a estrada da vida, na Fase Racional, já está pronta para receber todos de volta ao seu estado natural, porque os dois lados da vida já estão unidos em um só – os dois mundos em um só.
Ao pegar no livro Universo em Desencanto, com o real sentido que lhe deve ser dado, o vivente encontra descortinado todo o seu passado e vislumbra todo o seu futuro e encontra o mais importante de ordem prática, que é uma verdadeira pechincha, para renegociar as dívidas adquiridas ao longo da estrada da vida. É o dever de fazer propaganda deste Conhecimento e a colaboração com o Mundo Racional na propagação do Conhecimento.
É assim que se pagam as dívidas da vida e se adquire um carro novo em classe superior de vida, como um Aparelho Racional, “último modelo”, e não mais com este corpo de bicho do chão.
Por isso, cada qual cuida de si, lendo o livro Universo em Desencanto em seu lar e pegando esta “carona Racional” rumo ao nosso Mundo de Origem, deixando para trás estas máquinas antiquadas que são os corpos de matéria para viver em essência num corpo eterno de vida. Tudo isto pelo desenvolvimento do Raciocínio, pelo aperfeiçoamento do motorista.
A Cultura Racional é como um curso de reciclagem dos viventes para reaprender a dirigir e fazer manutenção nos seus carros de matéria. Tem que reaprender tudo de novo e cuidar para não ser multado. Ler e reler e divulgar. Obediência, persistência e paciência. E assim é tudo!
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