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terça-feira, 31 de janeiro de 2012
OS TRÊS MILÊNIOS DO DESENCANTO
(Prof. Porfirio J. Neves)
Na Cultura Racional a palavra Milênio não se aplica apenas como coletivo de milhares de anos e por isso se diz que estamos no terceiro milênio da era cristã; a palavra milênio também se aplica como conjunto de milhares de mecanismos de desenvolvimento cultural, como assim podemos comprovar com a fase de desenvolvimento da imaginação, o primeiro milênio, a fase de desenvolvimento do pensamento, o segundo milênio e a fase atual da Natureza, a fase de desenvolvimento do Raciocínio, o terceiro milênio.
São milhares e milhares de transformações evolutivas para fazer compreender um pensamento, para fazer entender uma imagem e agora, para nos fazer entender nosso verdadeiro Mundo de Origem, pelo desenvolvimento do Raciocínio.
São assim os três milênios para quem ainda não passou a se conhecer, para quem ainda não sabe a Verdade e, por isso, continuamos escravos das sugestões e das suposições milenares, como se fossem verdades. A humanidade materializada ainda está nesta fase do terceiro milênio.
(H-32 p-86) “E assim é o bicho. Nunca soube o porquê que ele é assim, nunca soube o porquê todos são assim. Mas, o bicho sempre vaidoso, e por ser vaidoso, metido a sabe tudo. E o resultado está aí! No conhecer o que é Cultura Racional é que vai ver que nada sabe e que tem que aprender tudo outra vez. Porque tem que aprender o certo. O certo é a Cultura do Mundo de sua origem, a Cultura Racional”.
Os Milênios do desencanto, pelo que podemos entender, não são apenas fases de desenvolver, são fases de conhecer, fases de realização positiva. Os três Milênios do Desencanto constituem a fase da Racionalização, enquanto que os três milênios do encanto fazem parte da Lapidação. A teoria e a prática. A teoria é o desenvolvimento dentro do encanto. A prática é a realização do desencanto.
Essa é a diferença: encanto é o mundo em que ninguém sabe nada de si mesmo, está encantado e precisa se desencantar para voltar ao verdadeiro natural; aí está o objetivo de toda esta lapidação e aprimoramento feito pelo desenvolvimento da imaginação, do pensamento e do raciocínio.
Muitos pensam que o desenvolvimento do raciocínio é a meta final de tudo. É a meta final sim, da lapidação e do aprimoramento para poder chegar à Racionalização. Tem muito mais coisa a seguir, muito mais do que se pensa e imagina.
Quem raciocina plenamente desenvolvido, não se dá a perceber, não tem nada para divulgar, nem perguntar, nem esclarecer, porque já está ligado a tudo e a todos. Assim nos afirma o Racional Superior: quem está ligado a tudo e a todos está no estado de suprema consciência universal. Não precisa de mais nada.
Por que estou dizendo isto?
O Racional Superior esclarece que o desenvolvimento do raciocínio do terceiro milênio é para amolecer o organismo que estava endurecido ou adormecido após esses milhões e milhões de transformações, e que este amolecimento será facilmente alcançado pela leitura.
(H-32 p-53) “Lendo e relendo consecutivamente para ir se desenvolvendo racionalmente. E o Raciocínio ir amolecendo e sendo preparado para se ligar ao seu verdadeiro Mundo de Origem. No princípio, o Raciocínio se encontra endurecido por ser um organismo que há muito estava parado. Mas, no ler e reler com persistência, ele começa a amolecer e deste amolecimento, ele começando a funcionar aos poucos. E de pouquinho a pouquinho ele vai se desenvolvendo. E de pouquinho a pouquinho ele vai ficando preparado, até ficar pronto de uma vez. Mas depois de pronto, a FUNÇÃO DO ORGANISMO É OUTRA, por estar ligado à Energia do seu verdadeiro estado natural”.
O organismo do raciocínio, pelo que entendemos até aqui, é a Glândula Pineal.
Quando o Racional indica que precisa amolecer o raciocínio, isto faz sentido com o fato de que a nossa glândula pineal apresenta cristais de apatita. Cristais são duros, isso pode estar confirmando por que o raciocínio precisa amolecer.
Porém, o sentido de amolecer o raciocínio pode estar simplesmente indicando que a leitura do Livro torna o ser humano mais compreensivo, menos arrogante, menos bruto, mais consciente e menos animal.
A leitura do livro Universo em Desencanto, quando corretamente usada, certamente deixa o ser humano bem mais maleável, conscientemente, que se amolda facilmente às diversas situações da vida, positivamente.
De qualquer forma é importante notar que após completar o desenvolvimento do raciocínio a FUNÇÃO DO ORGANISMO É OUTRA, como nos indica o Racional Superior.
Muda a função do organismo do raciocínio após o seu desenvolvimento. Eu, confesso, pensava que uma glândula pineal com muitos cristais de apatita significaria maior desenvolvimento do raciocínio, mas, considerando este texto do Racional, parece ser justamente o oposto. Quanto menos cristais, mais desenvolvido o raciocínio, se considerarmos a questão de ir amolecendo o raciocínio também como sendo um amolecimento físico.
Assim, podemos avaliar que uma glândula pineal com muitos cristais seria uma evidência favorável à mediunidade, ligação com o Mundo Espiritual, mas, com poucos cristais, ou sem nenhum, seria uma evidência da ligação com o Mundo Racional. Repito, este aspecto da glândula pineal está sujeito a um melhor entendimento.
É muito freqüente na leitura do livro Universo em Desencanto encontrar definições e situações aparentemente contrárias; tem horas que o Racional fala de um jeito, e em outras horas parece falar exatamente o oposto.
Muitos, até param de ler o Livro, sem perceberem que certas afirmações são feitas no sentido do encanto e outras são feitas no sentido do desencanto. Mas, estes dois sentidos estão bem explicados na própria leitura do livro.
A leitura informa tudo que precisamos saber, e como ler o próprio Livro. Tem gente que pensa que sabe ler, mas nem isso consegue direito. Grandes acadêmicos já confessaram a sua ignorância em matéria do desencanto. Então tem de esquecer a forma do encanto e aprender tudo de novo na forma do desencanto.
Uma coisa é falar de baixo para cima, encanto; outra coisa é falar de cima para baixo, desencanto. Isso não é contradição. Cabe a cada um de nós sentir na leitura o real sentido, de acordo com nosso próprio desenvolvimento Racional. O sentido é ir amolecendo as nossas idéias de bicho e firmando as idéias certas com base no Mundo Racional, nosso Mundo de Origem.
Já no início da leitura, o Racional nos adverte: vigiai vossas idéias e vejam como errôneas todas elas são. Isso é para começarmos a amolecer a brutalidade do pensamento firmado sem base e sem lógica. É o tal do pensamento cristalino. Muitos cristais na pineal, que deixam o raciocínio endurecido. Cada qual com o seu enigma!
Porém, a título de explanação e certificação do Conhecimento Racional do Mundo, faço uma ilustração deste assunto com as duas últimas páginas do 30º. volume do histórico do Racional Superior, onde ele indica que o 1º. Milênio é o Mundo Racional – o Super Cosmo; o 2º. Milênio é o Astral Superior - o Cosmo Superior; e, o 3º. Milênio é o Astral Inferior, ou Cosmo Inferior.
E aí vem o mais complicado do pensamento entender. O terceiro Milênio é o Curso Primário, o segundo Milênio é o Curso Secundário e o primeiro Milênio é o Curso Superior.
Pura e simplesmente uma inversão do que o pensamento entende por lógico. O pensador acha lógico fazer uma construção de baixo para cima: faz os alicerces, constrói e chega ao terceiro andar, de baixo para cima.
No desencanto, o Racional esclarece que a construção foi feita de cima para baixo e informa que a base está em cima. Deus é a base de todas as coisas, inclusive da Natureza – está em cima. Deus não está no chão. No chão está o suposto deus da matéria.
A matéria é o suposto deus dos materialistas porque materialista é todo aquele que tem medo da morte e ainda reza para Deus para não morrer – esse é o autêntico materialista, só dá valor à matéria. A matéria em primeiro lugar, o suposto invertido.
O materialista está no curso primário – enxerga apenas o terceiro milênio que foi construído de cima para baixo, mas ele não considera isso e teima em construir de baixo para cima, como se esse terceiro Milênio fosse a base.
Não tem que construir nada. A humanidade já progrediu demais por conta própria. Toda a construção humana é uma inversão da realidade eterna e, por isso ficou encantada, e se continuar construindo pelo encanto vai se destruir cada vez mais rápido.
O desencanto é feito pelo Conhecimento do que está em cima e não do que está embaixo – o primeiro Milênio da construção do mundo está em cima. É muito mais fácil compreender as unidades fundamentais da construção do mundo do que tentar compreender tudo que já está construído fora do natural, partindo do complexo organizado para entender o simples estrutural e fundamental.
É muito mais fácil compreender a existência do Mundo Racional como sendo constituído pelas unidades fundamentais da vida, as Virtudes e as Energias puras, limpas e perfeitas, do que querer entender como funciona este complexo organizado do Terceiro Mundo, deformado e degenerado, onde tudo já foi construído e tudo é interdependente, tudo está amarrado um no outro, e tudo se destrói por si mesmo.
Numa simples ilustração: é muito mais fácil compreendermos um ábaco, a primitiva máquina de calcular, nos seus fundamentos, do que entender um sistema computacional de Internet, onde tudo já se tornou complexo e cujo fundamento é o ábaco.
O Mundo Racional é o mais simples dos simples – é de fácil compreensão. Este nosso terceiro mundo inferior, por isso, terceiro Milênio é que é de difícil compreensão se for usado como base.
Por isso é que o Desencanto é de cima para baixo, porque o de cima não depende do de baixo. O Superior está em cima e a base está em cima. O debaixo é que depende do de cima.
Aí estão os três Milênios do Desencanto. O de cima sempre por cima, o primeiro. E os debaixo, precisando se desenvolver para retornar à supremacia do Mundo Racional, de onde todos vieram e para onde todos vão. Leia o livro Universo em Desencanto para se preparar e participar de forma consciente desta grande odisséia universal, todos voltando para o nosso verdadeiro natural.
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