segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

VOCÊ ESTÁ DEVENDO? ENTÃO PAGUE!



(Prof. Porfírio J. Neves)


A voz da prudência já nos anunciou, faz muito tempo: “Não faça dívidas que o pagar é certo”!

E o Mundo Espiritual, na fase do pensamento, conseguiu doutrinar uma parte razoável da humanidade no sentido de fazer compreender esta grande realidade da vida, que são as dívidas. Muitos chamam de carma.

Todos são devedores, todos devem alguma coisa a alguém. E são tantas as dívidas que uma vida inteira não daria para explicar, quanto mais pagar todas elas.

Mas, é suficiente ilustrar com uma dívida que todos adquirem, necessariamente. É uma dívida comum a todos que nascem neste mundo, dívida adquirida com o aparelho gerador desta vida aparente. O aparelho gerador desta vida aparente é a nossa progenitora, a nossa mãe, ou máquina de criação feita pela Natureza, como queiram entender.

Porém, assim como a Natureza delega a esta mãe de criação o ato sublime de nos criar, é exatamente a esta mãe de criação que temos de pagar o que devemos à verdadeira mãe, a Natureza.

Compreenderam? Se a Natureza delega a uma mulher o ato de criar, fazendo dela a mãe da gente, então também delega a ela o ato de receber o pagamento da dívida que adquirimos pelo simples fato de nascer nesta vida material. Assim, se o fato de nascer neste mundo constitui uma dívida com a Natureza, através da nossa progenitora, então, a quem devemos pagar o ato de nascer? Devemos pagar à Natureza por intermédio daquela que nos criou.

E uma forma de pagamento é o carinho e o amor que dedicamos à nossa progenitora. Este amor, este carinho, esta compreensão que é uma forma de pagarmos à Natureza pelo ato sublime de poder nascer neste mundo.

Normalmente, a melhor forma de pagarmos à Natureza, em qualquer circunstância da vida, é com a tolerância, com respeito e com carinho e com a compreensão justa e necessária que dedicamos ao nosso semelhante e a todos os feitos, feitos pela Natureza.

Ainda sobre o ato de nascer, igual tratamento deve ser dedicado ao progenitor, o pai da gente, já que ele foi a máquina determinada pela Natureza para juntar todas as partículas necessárias para a nossa geração e reuni-las numa semente para depois esta semente ser encubada na máquina reprodutora feminina. Também, para nascer neste mundo ficamos em dívida com o nosso progenitor, o nosso pai de criação.

De forma semelhante a nós, nosso progenitor e nossa progenitora, eles também são devedores com a Natureza por intermédio de seus respectivos progenitores, que são nossos avôs e nossas avós. E estes nossos avôs e nossas avós, da mesma forma, também devem a seus pais, nossos bisavós.

Considerando por este aspecto hereditário, vejam que as novas gerações estão devendo a um maior número de antepassados do que as gerações anteriores que tinham menor número de antepassados.

Então, podemos afirmar que o carma hereditário desta vida provisória vai se adensando conforme as gerações se sucedem e, assim, cada um de nós, deve pagar à Natureza por intermédio de muito mais antecedentes para poder viver neste mundo. Mas, veremos adiante, que existe outra forma.

Nós devemos a nossos pais, nossos avôs e nossas avós. E nossos filhos passam a dever a nós e também a quem nós devemos. Claro, todos devem a vida à Natureza, sempre à Natureza, evidentemente, por intermédio de seus antecessores, esse é o carma hereditário.

Então o carma se adensa para as novas gerações, se considerarmos toda esta linha sucessória de nossos antepassados.

Mas, não se esqueçam, a dívida é sempre com a Natureza; nossos antepassados somente são credores intermediários se adotarmos a linha de herança, a linha de hereditariedade. Este é o principal fator a ser considerado.

Essa é a grande sacada da vida, quando chegamos ao Terceiro Milênio, quando chegamos à Fase Racional da Natureza. Alcançamos todos os esclarecimentos e devidas explicações sobre a nossa existência.

Vejam que todos chegam à Fase Racional carregados de dívidas, só em considerarmos o ato de nascer, que para nascermos neste mundo ficamos em débito de gratidão com todos os nossos antepassados. Se formos considerar outras dívidas como dívidas de ódios, vinganças, etc, adquiridas por nós e por nossos antepassados durante a existência, aí o baú fica cheio e transborda.

A grande maioria, talvez a totalidade da humanidade, não tem mais como pagar estas dívidas. Uma vida provisória apenas já não dá mais tempo para pagar tudo que se deve, até por que as dívidas vão sendo contraídas pelo simples fato de viver.

Se nascer, constitui uma dívida, viver então, muito mais dívidas. Por exemplo, como é que você paga o ar que se respira, a água que se bebe e o alimento que se come? Pagar à Natureza, evidentemente! Pagar à Natureza! Como é que nós pagamos?

Lamentavelmente não pagamos! Nossa dívida cada vez aumenta mais, porque somos parasitas, as maiores parasitas que existem sobre a face da Terra. Nós tiramos tudo da Natureza e nada damos para Ela como forma de pagamento. Ao contrário, devolvemos para ela um ar contaminado, uma água choca e um alimento estragado, se é que estão me entendendo.

Então, como é que poderíamos pagar todas as dívidas adquiridas pelos nossos antepassados, se as dívidas adquiridas nesta vida provisória não têm como pagar?

Logo, a cada nova geração, além de aumentar a dívida que vem de berço ainda contraímos mais dívidas com a Natureza para poder sobreviver.

Então a forma de pagar torna-se cada vez mais pesada, mais onerosa. É por isso que o sofrimento está de tamanha grandeza no mundo que ninguém suporta mais. Não se pode mais nem dar um “pum nesse trem”, sem que isso perturbe a vida de tanta gente. E tome dívida!

Assim, a humanidade chega à fase do Terceiro Milênio com toda uma carga de dívidas que ninguém mais consegue pagar. E tome sofrimento, tome depressão, tome desilusão. A Natureza está cobrando de todos o que devemos a Ela, em cada vida provisória, em cada ciclo de vida provisória. E todos se tornaram inadimplentes naturais. Parasitas inadimplentes com a Natureza.

Façamos, agora, uma comparação com o nosso sistema financeiro. Quando a dívida de um inadimplente alcança um valor superior ao que pode ser pago, o credor chama o inadimplente, ou o inadimplente procura o credor, para ser feita uma renegociação. Ou vai correr processo judicial de cobrança. O credor acaba até se apropriando dos bens do inadimplente, se necessário. Assim é que a Natureza está fazendo com todos e já tem muitos procurando se ligar à Natureza para ser feita essa “renegociação da vida”. Outros estão perdendo a vida, por vias judiciais da Natureza, quando os credores invocam a lei do retorno, porque já não tem mais como pagar.

Um bom exemplo de uma renegociação é obedecer à Natureza do Terceiro Milênio buscando entender e participar do Conhecimento natural da Natureza, estudando e sendo tratado pela Cultura Racional do terceiro milênio.

Chama-se a isso reconhecer a dívida e se propor a pagar. Muitos já estão fazendo este grande negócio da vida com a própria Natureza. Diretamente com a Natureza.

Por que diretamente com a Natureza? Porque se fôssemos pagar a todos os nossos antepassados pelo direito de nascer nesta vida provisória, como já sabemos, não teríamos como pagar.

Na Cultura Racional passamos a saber exatamente quando foi que a humanidade passou a contrair dívidas pelos seus antepassados, as dívidas hereditárias. Foi justamente quando a humanidade abandonou o Alfabeto Astrológico em que cada um recebia o seu dom e os dotes naturais diretamente pela sua própria formação natural. A dívida, nessa fase primitiva, era bem pequena e era sempre negociada pelos serviços prestados diretamente com a Natureza. Não havia sofrimento, porque cada um fazia o que nasceu para fazer. Harmonia geral com a Natureza.

Ao abandonarmos esse primitivo alfabeto para adotarmos um alfabeto artificial de maior evolução, em que cada um passou a dar a seus descendentes os seus dotes hereditários, aí a coisa se tornou extremamente complicada como já foi demonstrado: a cada nova geração as dívidas com a Natureza aumentaram pelo simples fato de cada vez termos mais intermediários antecessores da nossa vida material.

Então, parece lógico que, para se renegociar esta dívida adquirida pelos fatores hereditários, cada indivíduo se reconheça como um Aparelho da Natureza, a quem ele pertence de fato e de direito e abandone as falsas vantagens das heranças.

Isto não implica em abandonarmos os que nos são caros, que são nossos antepassados nem nossas famílias, não! Muito pelo contrário! Devemos sim passar a encarar nossos antepassados como parte das nossas vidas, porém, devemos reconhecer neles aquilo que também queremos ser: Aparelhos da Natureza. E assim, com todos os demais.

Cada um passa a ser encarado como aparelho da Natureza e, sem deixarmos nossos deveres de gratidão, cada qual passa a ser orientado diretamente pela Natureza, pois é assim que ela fará com cada um a devida renegociação, até que todos deixem de ser inadimplentes com a Natureza.

O que estou querendo dizer para quem ainda não se conhece como Habitante do Mundo Racional, independente dos fatores hereditários, é que antes de sermos assim como somos, famílias cheias de carmas ou dívidas para pagar, e uns pagando pelos outros, os justos pagando pelos pecadores, até não poder mais pagar, antes de assim sermos, a Natureza nos fez para vivermos em harmonia com ela, sem sofrimento.

Foi a primitiva fase do Alfabeto Astrológico que todos ainda trazem gravado nas palmas de suas mãos e que alguns desobedeceram, todos que estão nesta vida material. Leia o livro Universo em Desencanto e terá muitos detalhes sobre essa fase.

E, assim, buscando a harmonia com a Natureza, novamente, ela está agora nos ensinando com a Cultura do Terceiro Milênio, a Cultura Racional.

Agora, estamos na Fase Racional da Natureza e a Natureza está com todos os créditos. Quem conhece a Cultura Racional sabe qual é o seu dever – é o dever de fazer propaganda deste Conhecimento – Essa é a grande renegociação que a Natureza está concedendo a todos aqueles que se julgavam inadimplentes na vida. Você está devendo, então pague, lendo e relendo o livro Universo em Desencanto.

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